sobre museus e museologia
um rascunho do meu primeiro post que acabou não sendo publicado e impressões sobre a matéria em tempos de pandemia
ontem (março de 2020) voltaram as aulas, e o semestre começou com uma matéria que eu estava ansiosa para cursar: história dos museus e processos museológicos. vocês sabem como é, aula introdutória, para muitos da turma era literalmente a primeira aula na universidade, então não teve muita novidade — além de saber mais sobre a vida dos colegas e o que estudaremos ao longo dos próximos meses. mas houve algo que aconteceu como um sinal para eu voltar a atualizar o meu medium: a professora nos pediu para fazer um blog e escrever sobre a disciplina com frequência nele, o que me pareceu muito legal; afinal de contas, meu objetivo com essa página era exatamente esse, de colocar minhas impressões sobre as coisas que leio, vejo, ouço e faço. então, só pra avisar que vou tomar a iniciativa de postar sobre as aulas da disciplina para me incentivar também a voltar com as postagens sobre meus pensamentos em geral.
por ora, voltamos aos museus, motivo de eu querer fazer essa matéria. lembro que quando eu era pequena e visitava meu pai no escritório dele, eu entrava no computador de um dos colegas dele e abria o site da turma do saber, um dos poucos sites que não era bloqueado no sistema da empresa (justamente para as crianças brincarem). nele, você interagia com vários personagens, e o chiquinho, um cachorro roxo que viajava o mundo, era meu favorito.
hoje em dia, quando penso nesse site, além de lembrar das alegrias e frustrações que eu tinha com os jogos educativos, percebo que — por mais bobo que pareça — o chiquinho foi um dos primeiros contatos impactantes com a história que eu tive, e ler sobre suas viagens e os lugares que ele visitava fizeram com que eu me interessasse não só pelo estudo da história, mas por querer viajar e conhecer outros lugares também. na maioria dos lugares que visitava, ele fazia questão de “passar” pelos museus, e eu achava fascinante ler os pequenos textos sobre a história do local e alguns dos itens que estavam em exposição lá. assim comecei a acompanhar, e junto com as viagens que fiz ao longo dos anos, pude afirmar meu carinho e admiração por esses espaços.
eu me encanto por museus. algo sobre ver objetos que possuem valor histórico e que nos contam sobre as formas de vida é muito lindo. como somos seres visuais, sinto que ao visitar um espaço que abriga peças antigas, obras de arte, fósseis, ferramentas e tantos outros artigos, a gente percebe como é importante preservar esses itens que servem de registro da nossa evolução. é interessante notar que em toda cidade tem algum tipo de museu ou de coleção; e isso é tão relevante que eu vou pegar um exemplo do meu jogo favorito pra ilustrar.
a nintendo possui uma franquia de jogos chamada animal crossing. pra quem não conhece, animal crossing é um jogo de simulação, em que você é um vileirinho humano que se muda para uma pequena cidade onde vivem vários outros vileirinhos — esses, animais. o objetivo do jogo é curtir o dia a dia em comunidade, enquanto aumenta sua casa, compra itens legais de roupa e decoração e mantém boa convivência com seus vizinhos. e claro, como estamos falando de museus, a vila tem um.
essa instituição é tão fundamental para o registro e preservação da nossa história que até um jogo simples sobre o cotidiano faz questão de a ter. no jogo a gente doa fósseis, peixes, insetos e obras de arte para o curador (a coruja na foto, chamado blathers), que as organiza em exposições temáticas. é muito bonitinho e faz uma homenagem bacana aos museus. citei esse exemplo por ser algo que está presente na minha vida de quarentena, mas poderia citar tantos outros museus reais que eu acho admiráveis. como eu moro no centro histórico, acho muito legal passar pelos vários que tem em porto alegre, cada um contando uma história diferente. não só isso, mas como já citado antes, não há visita melhor pra se fazer quando estamos em uma cidade nova do que ir a algum museu local. por vezes parece uma coisa óbvia de se dizer, mas quando vemos o quanto esses locais têm uma existência dificultada no nosso país, a gente questiona os motivos e tenta pensar em soluções para mudar esse panorama.
levando em consideração tudo isso, acho seguro dizer que vou achar muito proveitosas as aulas sobre história dos processos museológicos, mesmo que de forma online agora. estou me sentindo bem frustrada por não conseguir acessar o mconf e acabei me atrasando em postar os textos no blog, mas acho que faz parte das dificuldades do ensino remoto. esse tempo que passamos afastados me fez rever muitas questões, mas uma coisa é certa - precisamos estar atentos à nossa própria história e pensar em jeitos de contá-la no futuro, já que estamos vivendo um período que definitivamente altera a sociedade e nos faz refletir sobre os impactos e mudanças geradas pelo contexto do covid.