grêmio, logo existo
ontem foi dia de clássico uruguaio: peñarol x nacional, no estádio centenario, um dos mais tradicionais do mundo. e eu estava lá, emocionada, agradecida, feliz. claro, houveram alguns incômodos — o jogo em si não foi bom, os dois times não estão em suas melhores fases, tive que voltar caminhando pra casa porque o uber tava uma fortuna e eu ainda não aprendi a pegar ônibus aqui — mas em geral, foi uma experiência incrível que só reforçou a importância que o futebol tem na minha vida.
como fui na torcida do nacional, estava no estilo amigos tricolores com a camisa do grêmio, bem tranquila. e na verdade, é sobre o meu tricolor que eu quero falar nesse texto. porque quando eu botei a camisa pra ir pro jogo, eu me senti bem imediatamente. porque antes, durante e depois do jogo, estava pensando se ia chegar em casa a tempo pra ver a partida contra o atlético paranaense (felizmente cheguei). e porque, querendo ou não, o grêmio é uma das coisas mais importantes da minha vida, um amor inexplicável que não para de crescer.
penso que não é relevante explicar como, quando e por que surgiu o meu gremismo e minha paixão por futebol aqui, mas eu comecei a torcer já “grande”. por não torcer desde criança (malditos padrões de gênero), tenho bastante lembranças de uma vida sem futebol, e a verdade é que não se compara ao que vivo hoje em dia. não consigo nem pensar em uma vida onde eu não gasto tempo demais acompanhando vários campeonatos, não me estresso por conta de más atuações e escolhas do meu time, não fico puta toda vez que lembro que a barreira abriu e não desgraço minha cabeça, meu corpo e meu bolso com tantos planos e viagens para estar com o grêmio onde ele estiver.
porém, no fim das contas, tudo isso vale a pena após ganhar um jogo difícil, comemorar um título depois de 15 anos sem, compartilhar momentos bons e ruins com pessoas maravilhosas que você não teria conhecido se não fosse pelo futebol, ver pedro geromel jogando, o luan fazendo gol de cavadinha numa final de libertadores, levantar taças sem parar – enfim, não troco o que o grêmio me proporciona por nenhuma outra coisa.
o que me mantém sã durante tempos ruins, incrivelmente, é torcer pro grêmio. e pra ser sincera, acho que o grêmio é a única certeza que eu tenho na minha vida ultimamente. quando penso no futuro e em diversos âmbitos como o acadêmico, profissional, amoroso, social, vejo que têm muitas coisas a acontecer, escolhas para fazer, perguntas a se responder e eu sou esmagada pela incapacidade de decidir como reagir a tudo isso. aí chega o dia de grêmio, sei que tenho que lidar com essas questões e que, assim como na partida, o relógio não para; só que durante os 90 minutos, esqueço de tudo e foco apenas no jogo. pra mim, é nisso que reside o bonito do futebol: quando o juiz apita, não se trata mais de mim, mas de nós — eu, tu (considerando que és gremista), o renato, nosso time e toda a torcida.
me dizem direto que falo muito de futebol e que sou fanática demais. sempre penso naquela máxima de que “não é só futebol”. muita gente não consegue entender isso e provavelmente nunca vai, mas quem entende sabe que não existe lógica no futebol, que ele é puro sentimento, é paixão. é algo que se torna presente na nossa vida de um jeito natural e faz parte não só do que gostamos, mas do que somos. e se tem uma coisa que eu afirmo com orgulho, é que eu sou gremista.
ps: como meu celular é recente, tenho fotos só a partir de novembro do ano passado, aí faltou um montão de fotos legais com gente linda que conheci por causa do grêmio. não estão no post mas sem dúvida estão no meu coração!